rumo ao mar

O currículo do mar no colégio

2015 – 2016

5º dia SM2016 – Último dia da SM2016

Foi dia para conclusões e apresentações.

4º dia SM2016 – Quase a terminar

Muitos projetos praticamente concluídos graças ao entusiasmo e dedicação de todos.

São lançados desafios:

9

A paisagem está a mudar…

 

IMG_0268

O 1º ciclo está transformado num fundo de mar:

…e por lá, conhecem-se e explicam-se fenómenos:

10

 

3º dia SM2016 – A SM vai a meio

Que azáfama!

This slideshow requires JavaScript.

 

 

2º dia SM2016 – Com chuva…

… que não impediu a continuação dos trabalhos no colégio mas dificultou um pouco as saídas de campo e visitas fora (e neste segundo dia estavam várias programadas – aquário Vasco da Gama, doca de Alcântara, Portinho da Arrábida e Tróia, lezíria do Tejo e Peniche).

 

This slideshow requires JavaScript.

 

1º dia SM2016 – Algo diferente se passa

Hoje o som das serras elétricas e do martelar sobrepôs-se  ao som de fundo habitual dos recreios.

Deixamos aqui o registo de agradecimento à mãe que nos enviou um mimo doce, em jeito de votos de boa SM.

 

 

 

SEMANA DO MAR 2016 – consulte aqui os projetos da SM2016

 

 

O Currículo do Mar como trabalho de projeto

– a “Semana do Mar” no Colégio Pedro Arrupe

No primeiro dia, a expetativa é grande. Muito do que se irá passar ao longo da semana dependerá da capacidade de cada grupo se lançar no trabalho que assumiu, desde a atribuição de tarefas à escolha do produto final, passando pela definição das etapas, dos recursos e dos meios. Por isso é tão marcante este primeiro dia e também por isso os passos se fazem mais leves ao atravessar a cúpula da entrada do colégio.

Este é o primeiro dia da semana a que chamamos “Semana do Mar”, ou “Cinco dias em que provamos que é possível aprender de maneira diferente novos saberes do currículo do mar”.

O conceito da aprendizagem por projetos – conhecido em educação como “Project Based Learning” – é muito comum na tradição pedagógica anglo-saxónica, mas relativamente pouco conhecido entre nós. Parte do princípio de que o aluno é o verdadeiro construtor da sua aprendizagem e reconhece que a busca do saber corresponde a encontrar resposta às interrogações que vai fazendo sobre o mundo que o rodeia, desde os “porquê” formulados aos 4 anos até às questões de natureza multi e transdiciplinar que ao longo da vida vamos levantando.

Integrada numa perspetiva curricular, a procura da resposta deixa de ser individual e ganha contornos coletivos – na escola, aprendemos uns com os outros, alunos com professores e alunos entre si. Um projeto torna-se, deste modo, a comum construção de uma tentativa de resposta, num processo complexo que exige de todo o grupo a capacidade de pôr em comum, de ouvir, de se expressar, de propor e aceitar críticas, de aceitar dar o seu contributo, em ordem a um Bem comum. E por isso, para além dos ganhos mais evidentes de “matéria”, um trabalho desta natureza permite desenvolver competências de aprendizagem que serão essenciais ao longo da vida: autonomia, responsabilidade, sentido crítico, cooperação.

Está explicado o valor educativo do projeto, mas falta demonstrar o significado da temática escolhida. Porquê o Mar?

É amplamente conhecida, e tem sido sobejamente reforçada nos últimos tempos, a importância geoestratégica e política, económica, social e cultural do Mar para o nosso país. Alinhados com esta perspetiva, o Mar foi eleito como uma linha-mestra que atravessa o projeto educativo do colégio Pedro Arrupe. Defendemos que uma realidade tão complexa deve ir sendo progressivamente assimilada pelas crianças e jovens, e não de uma maneira descarnada, mas em articulação estreita com a aprendizagem promovida pela escola. Por isso não estudamos o mar, por si, como conteúdo, mas a zona de interseção entre as áreas – económica, histórica, física, biológica, cultural, … – do mar e as metas curriculares das diferentes disciplinas e áreas disciplinares. É neste sentido que deve ser entendido o conceito de “Currículo do Mar” no Colégio Pedro Arrupe.

Sabemos por evidência empírica e por fundamentação teórica que se aprende melhor o que se faz. Que se aprende fazendo. E Santo Inácio, fundador da Companhia de Jesus, acrescentou-lhe outra dimensão, vital: aprende-se refletindo sobre o que se fez. Na sua linguagem seiscentista, disse-o com clareza: “Não é o muito saber que satisfaz e sacia a alma, mas o saborear as coisas internamente”. Hoje diríamos que a aprendizagem que não ganha sentido para nós torna-se rapidamente inútil.

É por isso que, procurando sempre a atualização da pedagogia inaciana aos cânones culturais dos nossos tempos, propomos aos nossos alunos que “experimentem”. A experiência, nesta aceção, consiste em ir procurar o saber onde ele se encontra; em buscar, conhecer e aprender com quem faz da sua vida aquilo que para os alunos são matérias de estudo; em “pôr as mãos na massa”; em não se limitarem a consumir saber, mas a proporem formas novas de o expressarem; em articularem de forma criativa saberes provenientes de áreas que lhes pareciam desligadas.

Quanto aos produtos tangíveis desta Semana do Mar, quase tudo é possível, e de tudo um pouco aparece, condicionado à única contingência de haver limites físicos e temporais para a sua realização: pequenos filmes sobre o processo produtivo; protótipos que representam a energia das ondas e marés, ou as fases de evolução dos continentes no globo terrestre, ou ainda modelos de embarcações antigas ou a partir da reciclagem de lixos domésticos; maquetes, pósteres científicos ou comunicações feitos a partir do estudo dos ecossistemas marinhos ou fluviais ou de questões científicas proporcionadas pelo contexto de inserção do colégio; propostas de intervenção ambiental; escrita, ilustração e edição de texto criativo, construção de figurinos e sonoplastia, encenação de textos produzidos pelos alunos; origamis, artefactos criados a partir de resíduos marítimos, fotografia, pintura, modelagem; conceção e construção de jogos e teatro de fantoches; renovação e divulgação do espólio do museu do mar do colégio,… A diversidade de produtos testemunha a inesgotável diversidade dos oceanos e a não menos inesgotável capacidade da sua apropriação e transformação pelo ser humano.

A verdade é que nada disto seria possível sem a extraordinária energia e dedicação dos nossos 1500 alunos e 120 professores e colaboradores! E sem o apoio de tantas instituições, museus, universidades, institutos e associações, de particulares, da sociedade civil, que com a sua generosa recetividade às nossas propostas tornam mais amplo e real o Currículo do Mar no Colégio Pedro Arrupe.

 

Ana Mira Vaz